Como o fungo age
O patógeno se adere à superfície dos tecidos queratinizados, o artroconídio germina e a hifa penetra então rapidamente no estrato córneo, evitando que o fungo seja eliminado com a descamação do epitélio. Essa interação inicial entre os artroconídios e o estrato córneo ocorre após três a quatro horas de contato. Na forma clássica da doença são encontradas lesões planas com alopecia circular, descamação e pelos quebradiços e presença de crostas. O processo infeccioso primário clássico está relacionado, principalmente, a enzimas produzidas pelo dermatófito e a forças mecânicas. A enzima queratinase pode estar ou não ativa, podendo desenvolver ou não quadros clínicos de dermatofitose.
Nas dermatofitoses, os pelos quando parasitados sempre são secundárias à infecção da pele. Tal infecção é encontrada na região do folículo piloso, invadindo assim a camada córnea da epiderme, que se aprofunda em direção ao infundíbulo piloso. O dermatófito em contato com a queratina remove a cutícula e retoma o pelo. Ao chegar nesse estágio da infecção do pelo, cada espécie fúngica manifesta suas particularidades. Os dermatófitos desenvolvem-se crescendo do centro para as bordas, resultando, no final de alguns dias, em lesões circulares discretas, com áreas de alopecia, bordos eritematosos e vesiculares, que circunscrevem uma parte central descamativa. Possuem intensa descamação associada ou não à resposta inflamatória, resultante da atividade queratinolítica.